segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Ontem eu não fui a Missa

Houve um tempo que isso nem me importava, entrava domingo acabava domingo, nem me lembrava que a vida inteira eu e meus irmãos íamos a missa das seis da manhã, todos os domingos, com meus pais e minha tia Albertina, que eu fazia parte da Congregação do Coração de Jesus, e toda primeira sexta feira do mês ia a Missa e comungava, usava pendurada no pescoço uma fita vermelha com um escudo do coração do SENHOR, muito linda e que me fazia sentir muito orgulhosa.
A idade adulta... É, quando se torna adulto, ainda muito jovem, nós temos uma tendência a reavaliar os hábitos e, nessa reavaliação muitas vezes os valores espirituais são os primeiros a serem modificados, às vezes até trocados ou abandonados. Assim aconteceu comigo...Não sei quando deixei de frequentar a Igreja...Não recordo quando domingo passou a ser o dia de ir para a praia, depois pegar um cineminha com as amigas e a noite dar uma saidinha com o namorado...
Depois de um tempo, esse mesmo domingo passou a ser o dia em que se voltava da viagem de final de semana, quando a única coisa ruim era enfrentar a Avenida Brasil ou a Ponte Rio Niterói engarrafadas, mas às vezes até era bom o engarrafamento, arranjava-se muitos "paqueras" que algumas vezes chegavam a ser namorados de meses e, até maridos.
Nessa época a gente imagina que já somos adultos de verdade, afinal temos status profissional, nosso ir e vir é de nossa inteira responsabilidade, já temos filhos - essas pessoinhas maravilhosas que invadem de roldão nossa vida e tiram o leme de nossa mão, para elas mesmas controlarem tudo e a gente adora -, enfim acreditamos piamente que nada há mais para saber, para crescer ou amadurecer, cremos ser adultos e a qualquer ameaça a nossa condição de SER completo e acabado, nos revoltamos, do alto da nossa sapiência, reivindicando nossa condição maior, já sou "ADULTO"...
Então...A gente continua "adulto" até que nossos filhos começam a crescer... Descobrimos que sabemos muito da nossa profissão, da nossa casa, do nosso carro, de como fazer para ganhar mais grana e um monte de outras coisas, mas quando olhamos para nossos filhos, nos damos conta que aquele serzinho que começa a querer sentar precisa de mais do que pais que "têm", ele precisa de pais que "sejam" e nesse momento nos sentimos meio perdidos... É aí que voltamos para o que aprendemos e, então a gente se lembra de Deus, seja qual for a denominação que ele receba em nossas lembranças... Eu?...Sou católica praticante, retornei há algum tempo.
Maria Emilia Xavier
31/8/2009

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