quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

POR QUE A GENTE MUDA?

Para mim loja é a maior invenção do mundo – local onde se realizam desejos. Não sei quando ou quem teve a ideia de juntar coisas  -  que podem ter a ver ou nada a ver uma com as outras - num mesmo lugar e vender. Mas seja quem for, ou como tenha sido, foi uma das maiores e melhores invenções que o ser humano fez.
Quando era garotinha dois tipos de Loja me fascinavam: livrarias – misto de livrarias e papelarias atuais - e os Bazares onde se vendia de tudo, tudo mesmo: brinquedos, cimento. panelas, pregos, lanternas, e tudo, tudo mais que você imaginar.
Eu passava horas dentro das livrarias, lendo, apreciando as novidades para a escola – lápis, “pastas” escolares, merendeiras, estojos, papel para encapar os cadernos e livros... Nos bazares não era diferente o tempo que gastava por lá, adorava a parte dos brinquedos, lógico, mas gostava muito das quinquilharias, absolutamente inúteis para minha idade de então. Mas como gostava de ver, de bisbilhotar pelas prateleiras, andar pra lá e pra cá, desarrumar e antes de sair deixar tudo arrumadinho.
O engraçado é que não tinha vontade de comprar nada, gostava mesmo é de ir ao Bazar ou à Livraria e apreciá-los por lá. Lógico que se alguém me dava de presente eu adorava, mas se isso não acontecia, não era o fim do mundo, pois eu sabia que ele existia e que eu poderia vê-lo quando quisesse, lá na loja.
Nesse tempo eu desconhecia a fissura do  “desejar”, do “possuir”, do “é meu” , de agora.
Hoje quando olho para o meu quarto de vestir...quanta coisa, quanta coisa... E, aí fico a imaginar quando será que a gente se modifica? Por que será que a gente adquiri esse mau hábito de ter de tudo muito mais do que se pode usar ou precisa para viver?

Maria Emilia Xavier
                                                                                   

7 comentários:

Anônimo disse...

Também amo lojas mas estou tentando desconstruir essa rrelação de amor.

Eduardo Medeiros disse...

oi, maria.

eu também era(e ainda sou)fascinado por livrarias...rsss

quanto à sua pergunta final, taí para agente pensar e se for o caso, melhorar.

beijos

Gilson Faustino Maia disse...

Realmente há quem condene, diz que é o consumismo, que é excesso de vaidade, etc. etc. Mas, olhemos pelo outro lado, se você não comprar o que gosta, vai fazer o que com o dinheiro que ganha? Acumular nos investimentos bancários? Comprando, o dinheiro circula, movimenta a produção e você realiza os seus desejos. Mania muito boa, a sua. Eu gostaria de entrar um dia num bazar onde só vendessem corações...Abraços.

Renata Fagundes disse...

É engraçado isso Maria Emília, o querer sem precisar. Já li que a maioria dessas compras são feitas quando estamos de TPM ou ansiosas, como compensação sabe...enfim, existe um leque de explicações para o inexplicável mundo feminino...rs

beeeeeeijo querida

JAIRCLOPES disse...

Uma crônica assim, do cotidiano, bem escrita, reflexiva e autêntica é algo que quase não se encontra na web. Parabéns.

pensandoemfamilia disse...

Olá

O mundo, a sociedade, as famílias mudaram e nos seres destes contextos fomos na leva.
Apreciar objetos, como nós fazíamos em outros tempos, é muito saudável, não é mesmo? Porém, comprarmos compulsivamente é algo que o capitalismo nos imprimiu>: desejo do desejo.....
bsj

JoeFather disse...

Algumas coisas nasceram com o mundo, as lojas são deste seleto grupo!

Parabéns pela bela explanação do tema!

PS.: Amanhã cedo, as 07h, sai uma postagem no meu blog indicando o site. Participe se ainda não o fez!

Abraços renovados!