Fantasio que imaginação é reação química.
Elos de moléculas que vão se ajuntando,
desmanchando umas palavras concretas,
construindo outras, díspares, tortas,
desencontradas a uma primeira vista
de quem não põe os olhos além da coisa.
Porque imaginação só vira arte
quando sai do seu habitat.
Ponho olho como cimento,
o coração entra pulsando em jorros feito água
e grossa como areia, a razão tentando amálgama.
Tem hora que dá uma massa amorfa
tem hora que dá boa prosa.
Imagino uma outra química para alimento.
Aí, tiro leite das pedras.
Uso os mesmos ferramentais humanos.
O olho entra como o grão de uma farinha qualquer.
A razão a procurar víscido que dê liga,
já sem a fricção de areia .
Sensível como ovos, coração tudo fermenta.
Ajeito formalmente no forninho da concepção
E depois de um tempinho em estado de supinação
Provo o gosto com alma faminta
Pra ver se o resultado foi poesia.
José Cláudio Adão - Cacá
Belo Horizonte/MG
http://uaimundo.blogspot.com
8 comentários:
*♥* *♥*
E o resultado de tudo que o Cacá faz é maravilhoso, sejam crônica, poesias ou humor! Lindo! beijos,tudo de bom,chica
muito bom Emilia, eu já falei mais de uma vez, mas vc tem ótimo gosto para escolher esses textos, parabens!
Seu blog sempre tem ótimos posts e referencias!
Sempre certeira na escolha dos textos, Emília. Este, especialmente, muito bom!
Beijos,
Uma poesia bem escolhida e que gostei de ler.
Um abraço.
oi, amiga, tudo bem?
gostei muito deste poema. com certeza, do forno saiu poesia...
beijos
Mais uma linda poesia!
Como tem talentos escondidos!
Abraços!
Viu só? Foi colocar "os olhos além da coisa", que deu poesia. E das boas. Parabéns José Cláudio e beijo prá voce, Maria Emília.
Um belo resultado. Gostei muito. Beijos doces.
Postar um comentário