quarta-feira, 29 de junho de 2011

JUNHO...com AMOR e muita FÉ!

 












Hoje se encerra o mês em que  comemoramos sentimentos que calam fundo em nossa vida: o AMOR e a FÉ. 
O "De olhos fechados" deseja que esses sentimentos - tão lindamente cantados por todos, durante este mês - estejam sempre presentes em nossos corações e em nossas vidas.




GILSON FAUSTINO MAIA - SÃO JOÃO
  

São João, festa bonita,
com cachaça e com quentão!
Aquele laço de fita
prendendo o meu coração.

Ah, Dolores, que saudade!
Você, meu objetivo!
Seu problema: a liberdade,
O seu pai de olho vivo.

depois ele bebeu tanto,
que ficamos à vontade.
Você lembra, meu encanto,
da nossa felicidade?

Você tinha tal perfume
que eu não pude resistir.
Ao piscar do vaga-lume,
você se punha a sorrir.

E, lá naquela fogueira,
não tinha tanto calor
quanto o teu corpo, trigueira,
rainha do meu amor.

São João, que linda festa!
Fico , então, a recordar
as noites, belas serestas,
eu, você e o verbo amar.

Gilson Faustino Maia
Petrópolis-RJ

JOSÉ CLÁUDIO ADÃO/CACÁ- EUGÊNIO E A FEIA
                                                                       (Republicação)

Foi numa noite de meia lua
Fria, limpa e bonita
eu fui pro meio da rua
E achei uma moça esquisita

Ela disse que aquilo era pintura
Não era feia como parecia
No escuro eu acho que via
Que era verdade pura

Me convidou para a quadrilha
Querendo a minha companhia
Ela queria era me apresentar a filha
Menina cheia de mania

Já foi de pai me chamando
E eu com medo daquilo virar casório
ela assim foi me levando
me arrastando , era público e notório

mas de otário não me fiz
cheguei perto da fogueira
e vi a feia inteira
cocei até o nariz

A claridade da lua, mais a luz da lenha
Me fizeram pedir São João
“me livre dessa brenha
Que eu salvo o Santo Antônio
De seu padecimento vão”

José Cláudio Adão - CACÁ
Belo Horizonte/MG

Uma  homenagem ao  meu amigo  Eugênio, que  depois desse dia do distante São João de 1982 resolveu nunca mais se casar.

 ADEMAR MACEDO - TUDO ISSO TEM NO SERTÃO!
                                                     No sertão tem poesia,
tem o preá no serrote
tem mocó dando pinote
e tem cabra dando cria;
tem coalhada na bacia
tem fogueira de "São João",
tem festa de apartação
tem porteira e passadiço;
quem nunca viu tudo isso
não sabe o que é sertão!
Ademar Macedo
Natal/RN

JG COSTA - UM CAIPIRA ENTRE BANDIDOS
Outro dia estava sossegado lá em casa
Quando ligaram pro meu celular
Nem perguntei quem era, nem nada
E falei que eu não ia pra nenhum lugar
Disseram então que eu mandasse brasa
Pois para a quadrilha eu agora ia entrar

Dei endereço e a referência da rua
E vestido a lá Mazzaropi eu aguardei
Até um bigode fiz na minha cara nua
Num golinho de conhaque me esquentei
Já passavam vários minutos das duas
Quando no opala do grupo eu entrei

Estavam todos bem disfarçados
Mas não pareciam nada caipiras
Olharam-me com os olhos virados
Não houve quem deles que não rira
Na certa escolhia era o convidado
O traje que para o baile vestiria

Perguntei onde estavam as donzelas
Eles falaram que dentro do banco
Bom, desde que fossem belas
Tomaria eu até chá de tamanco
Eu não espera era mulher tais aquelas
Com blazers azuis e bordados em branco

Esperava entrar num grande arraial
Enfeitado com fogueira no meio
Havia somente bandeirinhas num varal
Mas as bombas estouraram tal num tiroteio
O estampido para o alto foi o sinal
Que pra festa nenhum daqueles veio

Foi quando me deram uma grande sacola
Que percebi que estava na parada errada
Meu parceiro armado empunhando uma pistola
Chamava os bancários a toda hora de cambada
E mesmo a gerente que era uma senhora
Não escapou de quase levar uma coronhada

Tudo aconteceu muito rapidamente
Ninguém se feriu e voamos no mundo
Os meus “amigos” ficaram contentes
Da minha boca nem um sorriso mudo
Já pensavam em comprar seus presentes
Eu imaginava onde ia dar aquilo tudo

No final dividiu-se igualmente todo dinheiro
Eu atuei meu bom papel até o fim
Fiz de conta que esse trabalho não era o primeiro
Enquanto via uma cova no fundo do meu jardim
Não sei como não perceberam o cheiro
Do medo que exalava em enxurrada de mim

Chamando-me de caipira foram embora
Graças ao meu reconhecido talento
E apesar do sol forte que até o matuto cora
Eu tremia tal uma vara verde no vento
Creio que passou bem mais de uma hora
Para eu conseguir entrar lá pra casa adentro

Não houve nenhuma Rosinha no bailão
Nem vinho quente, pipoca ou cocada
Assim eu que esperava um quentão
Acabei por engano caindo numa roubada
Tive que desaparecer do quarteirão
Tive que por o pé de vez na estrada

O fruto do roubo que ficou comigo
Mandei por correio ao banco de volta
Nem queria lembrar do momento vivido
Nem encostei o dedo numa só nota
Já bastava ter dançado como bandido
Num baile sem música feito idiota

Aprendi com isso tudo uma grande lição
Que eu carrego hoje para todo lugar
Não ir topando tudo só por diversão
Não espalhar o meu número do celular
A sorte nem sempre é uma opção
Geralmente quem sempre ganha é o azar

O que aconteceu com o resto da quadrilha?
Eu não sei e nem quero mais saber
Só espero que não sigam a minha trilha
Pois esse bobo aqui teve que crescer
Por causa deles deixei pra trás a família
Esse caipira já não tem mais nada a perder...

JGCosta -
Itatiba/SP
   
JORGE ROBERTO SOARES -
FESTA DE UM POVO  ALEGRE
Eeeeeta nós de novo onde tudo começou
Foi no calor da fogueira
Que nosso fogo chegou
Começando com um olhar
Uma dança no salão improvisado
Dançando uma mistura de forró com chuchado
o rosto e o corpo colado
Neste imenso forró

Eeeeeta festa de um povo alegre
Que mistura sentimentos
De vaidade do povo
E também de sua crença
Quando comemoram com festas
A fé que têm no desejo de alcançar
Graças que são pedidas no calor do arraiá

Eeeeeta Santo Antonio, São João, São Pedro
Ou São Pedro, Santo Antonio e São João
Ou São João, São Pedro e Santo Antonio
Não importa quem festeja primeiro
Pois o povo tem sua fé  nos três

E eu estou pra agradecer
A graça que alcancei
Não sei por que força  foi
Então agradeço os três:
Salve Santo Antonio que me ajudou a casar
Salve São João que me concedeu o amor
E Salve São Pedro que nos abençoou
Salve todo esse povo festeiro
Do Norte e do Nordeste
E de todo esse imenso Brasil.
Jorge Roberto Soares
Além Paraíba/MG


MACEDO, FRANCISCO NEVES - MEU CORAÇÃO  
 Vinte e quatro de junho, tudo é festa,
 e que vem desde o dia anterior,
os fogos de artifícios, muita cor...
Curtir “São João na roça” é o que nos resta.


Folclore nordestino, que se infesta,
neste nosso nordeste, onde se for,
ao som do Luiz Lua, o precursor,
o mito que o Brasil jamais contesta.


Vem depois o São Pedro, e continua,
a festa popular em cada rua,
nos sítios, nas fazendas brasileiras...


Vejo, assim, meu sertão revisitado,
a canjica, a pamonha, o milho assado,
no calor nordestino das fogueiras...
Macedo, Francisco Neves
Natal / RN




AMOR DE SÃO JOÃO
( Republicação)



Na festa de São João,
casaram lá no terreirão
a Maria e o João.
Acreditem ou não
essa é a versão:
Maria gostava do João
Mas ele?...Gostava não.
Gostava é do forró do salão...
E Maria chorava de montão
quando via o seu João,
dançando com a Conceição
o forró, que tocava no salão.
Um dia quando voltava do festão,
quase uma desgraça faz João...
Ele viu de conversa no portão
a Maria e seu Compadre Bolão...
Mas era nada não...
O compadre? Veio pegar seu leitão.
Depois desse sustão,
Maria fica em casa mais não...
Toda noite Maria, abre um sorrisão
e rodopia pelo salão...
Nos braços do seu João.

Maria Emília Xavier



5 comentários:

Andre Mansim disse...

Eita! Me passa um cópim di quentão e um pedacim di pé di muléque que esses texto ficô bão dimais sô!

Atualizei, passa lá que acho que dessa vez acertei um bom texto! Hahahahahahha.

Gilson Faustino Maia disse...

Maria Emília, fale só pra mim: onde teve festa melhor? No capricho, com direito a tudo. Ano que vem a gente faz ainda melhor: a turma toda vestida de caipira recitando suas poesias. O lugar? O Brasil é grande, mas a imaginação, maior ainda. Meu abraço.

Judite disse...


Bom dia!
Esta é a palavra do Pai para você no dia de hoje:


“Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu disse a Moisés.
Desde o deserto e do Líbano, até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus, e até o grande mar para o poente do sol, será o vosso termo.
Ninguém te poderá resistir, todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei nem te desampararei.
Esforça-te, e tem bom ânimo; porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria.
Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares.
Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.
Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o SENHOR teu Deus é contigo, por onde quer que andares”. (Josué 1:3-9)



http://www.youtube.com/watch?v=sfrSSSp10Bo


Deus seja contigo sempre!

Blog Yehi Or!
http://hajalluz.blogspot.com/

(CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR) disse...

O mês de junho além de ser deliciodo pelo frizonho e as festas juninas, é mesmo de muita fé. Gosto de maio também. Beijos, Maria Emília

pensandoemfamilia disse...

Que delícia junina. Que festão. Vou pedir licença, desta vez, para levar o poema do Caca para o meu espaço .