terça-feira, 16 de agosto de 2011

AMIGOS,

hoje é um dia muito feliz para mim, reencontrei-me com o Poeta Paulo Gustavo, meu Poeta de "cabeceira" durante a minha Adolescência e Juventude.
Vinha pesquisando sobre ele por toda a NET, nos Sebos, Livrarias, pedindo a todos ajuda e finalmente consegui encontrar e comprar seu livro na Net. Hoje ao acordar, encontrei-o, ainda embalado na minha mesinha de cabeceira, delicadeza da minha Secretária, mas uma emoção sem fim...
"ALMA DE AGORA" um livro bem especial, com Poemas maduros e sofridos, mas que relatam a alma sensível do Poeta .
Paulo Gustavo faleceu em 1946, deixando uma vasta obra, onde o sentimento do Homem, dolorido e machucado pelo menear da vida, é belamente cantado, com ritmo e  rima perfeitos. Apreciem, vale a pena.
                                                  Maria Emília Xavier

*Obedeci a ortografia original.



PAULO GUSTAVO - INUTILIDADE
                            Fui a semente que poderia
                            Ter tido a sorte de cair
                            Nos campos, à luz radiosa do dia
                            E, germinando, entreabrir,
                            Fecunda e feliz,
                            No oiro risonho dos trigais,
                            Que o homem, grato, bendiz.

                            Mas caí longe, num vale nevoento
                            E frio...
                            Germinei e vivi na solidão,
                            À beira de triste rio...
                            Inútil quasi, dou sombra, apenas,
                            Sobre águas que vão chorando
                           A saudade indomável da nascente.

                           E, quando,
                           Em tardes serenas,
                           Meu coração se angustia,
                           Invejo a outra semente,
                           Que viveu intensamente,
                           Que deu beleza
                           Aos campos loiros
                           E matou fomes e ergueu tesoiros,
                           Sendo uma fonte de alegria!

                           Nunca fui útil a ninguém...
                           Porque sou triste, porque a tristeza
                           A todos basta sempre a que já teem!

Paulo Gustavo
Livro ALMA DE AGORA
Rio de Janeiro/RJ - 1944




8 comentários:

Andre Mansim disse...

Lindos os poemas e linda essa ilustração, parabens!


Tem uma crôn ica nova no blog que acho que vc vai gostar.
Um beijão e fica com Deus!

chica disse...

Que lindo poema nos mostraste e que bom esse reencontro com a obra do autor! beijos,lindo dia,chica

Leonel disse...

Grande poeta a julgar pela bela poesia!
Boa escolha, Maria Emília!

Shirley Brunelli disse...

Sofrido, mas, belo poema...Beijos, Maria Emília!

Eduardo Medeiros disse...

maria, eu não conhecia o poeta, obrigado por apresentá-lo. lindo poema; de fato, triste, sofrido mas verdadeiro pois nasce do peito de quem escreve e sente.

beijos

Ivana disse...

Nossa Maria Emília, que poema mais lindo, e a imagem que você escolheu ficou perfeita. Parabéns, boa noite!

Caca disse...

Queira Deus que você partilhe mais poemas desse grande poeta conosco. Ele é, de fato, maravilhoso. Abraços. Paz e bem.

pensandoemfamilia disse...

Linda a imagem. Que bom que reencontrou o seu poeta, A poesia é bonita e triste.
Bom final de semana.