segunda-feira, 9 de agosto de 2010

JOSÉ CLÁUDIO - MEU ESTADO DE SER FELIZ [1]

Banalidades não consomem meu bem estar interior procurando a enganadora aparência de profundidade naquilo que é um jeito facinho de ser feliz. Não encontro em nenhuma superficialidade algo além do transitório, sinônimo poético de “efêmero.” A integridade que me sustenta as pernas através do que alimenta meu corpo precisa se ajuntar à outra integridade retirada de onde eu busco meu alimento para a alma.

A tentação do consumo não me corrói irresponsavelmente as finanças e não rôo unhas por causa do nervosismo diante de algum bem que não posso ter ou que pude e me arrependi por não ser bem aquilo que me satisfaria além de alguns momentos. O efeito da impulsividade é assim: lembra-nos em poucos instantes que tudo é passageiro em termos de matéria.

Apesar de não ser muito favorável a muitas permanências, elas são fundamentais no quesito satisfação que caminha em direção à tão sonhada felicidade.

As raivas que sinto, sinto exaustivamente, feito um estóico que busca no sentido da dor o aprendizado. Azar, se dizem que não é necessário. Que posso fazer se assim é que me sinto fortalecido? Me aquieto até digerir bem e depois fazer uma espécie de dreno em forma de superação, compreensão e resposta escrita ou falada, mas não vaga. Nem o famoso deixa pra lá, nem a ofensa de revide. Vejo depois de um balanço que 99% dessas raivas eram desnecessárias. Senti, não me exaltei, não fui impulsivo a ponto de reações explosivas, de resultados catastróficos. Então a minha saúde cardíaca e mental acabam agradecendo em forma de depurada calmaria. Sou um obstinado combatente das urgências cujos efeitos colaterais nas minhas ações diante delas me adoecem o corpo e o espírito.

Assim chego a um lugar onde pode ser o topo: um bem elevado estado de auto estima; e assim sendo, eu me amo. É verdade, me amo sabendo que esse é o condicionante inseparável para que eu possa amar o outro. Sem esse composto organo-psíquico tudo o mais é balela se insistir para dentro ou para fora em dizer que amo algo ou alguém. Terá sido uma manifestação de carências sobrepostas tentando encontrar amparo disfarçadamente em quem nada tem a ver com isso.

                                                José Cláudio
                                                BeloHorizonte/MG                                                                                              

2 comentários:

Maria Emilia Xavier disse...

O Escritor José Cláudio faz parte da Equipe do "De olhos Fechados" e sempre coloca brilho em nossas páginas e em nossas mentes com essa inteligência e sagacidade ímpares, que coloca a serviço do bem. Obrigada amigo, por vir por aqui.
Maria Emília

Anônimo disse...

Ola Maria: Parabens a jose Claudio Lindo texto adorei e tambem os para bens para ti.
Um beijo
Santa Cruz